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Apresentação

Perder, nem a feijões

A preparação para o mundial foi muito dura, cinco meses de treino intenso, em que praticamente não houve espaço para mais nada na vida das 45 pessoas que estiveram no mundial. A equipa era essencialmente amadora mas os jogadores passaram rapidamente de amadores ou semi-profissionais a profissionais, libertando-se dos seus empregos e afazeres estudantis. Houve uma mudança radical para minimizarmos o impacto de irmos jogar com as melhores equipas do mundo. A preparação foi muito boa e começamos a acreditar que podíamos fazer um mundial digno. O espírito do próprio campeonato fez com que a equipa se superasse.

Sempre fui muito competitivo, desde miúdo. Nunca jogava loto sem ser a dinheiro porque nunca consegui brincar a feijões. Tinha que ter sempre um propósito. Aprendi a ganhar e a apreciar o valor da vitória, a alegria de fazer o trabalho bem feito. Mas encaro as derrotas com naturalidade. Não gosto de perder, mas também não dramatizo. Mexe comigo e não consigo ficar com a mesma cara nem bem disposto depois de perder. Mas o grande campeão não é aquele que cai e fica deitado; é o que se levanta mais rápido do que a própria queda. E temos que perceber que na vida, se formos realistas e soubermos analisar bem as situações, há derrotas que são vitórias. Aquelas em que temos capacidade para ganhar e perdemos é que me deixam preocupado... As derrotas servem como momentos de reflexão e de viragem na vida. Quando perdemos criamos um medo no estômago e reagimos. Mas tenho o privilégio de ter ganho mais do que perdi.

No livro "Compromisso Nunca Desistir", que escrevi e no qual afirmei que é difícil liderar equipas em Portugal porque culturalmente damos sempre mais importância ao lado negativo e somos muito individualistas, mas aos poucos essa mentalidade tem vindo a mudar.

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